segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Immortale


Enquanto as horas
desenrolam-se
Em sua teia brilhante
De cadeias
seqüenciais

Eu raciocino.

Calada
Produzo pensamentos
Escandalosamente altos
Que projetam ao
Meu corpo
Todos os sons inaudíveis
Do teu olhar:

Inaudíveis para os outros
- pobres mortais-
Que não conheceram
Um amor
Como esse
immortale

Indelével
Não perece
Nem sob a mais
Torrencial chuva
Ou o mais
Inebriante Sol
E ainda assim
Não deixa de ser singelo
Como uma mariposa
Ou como Libélula,
Ou ainda como Alga marinha
(ou ainda como a luz salpicada
Sob o arrebol).

Nem
Deixa de ser sutil
Como quem ama no escuro
E se satisfaz
Com os próprios segredos
Com as próprias juras
-Indescritível
Mundo-

(Os sons produzidos
calam-se
Não está exposto
A ninguém
Seu respirar
Noturno.)

E eis que caminho
desenhando
Tudo isso
Nos riscos
bagunçados
Das nuvens passageiras
Enquanto perdem-se
As horas
Em desacordo comigo

Queria o tempo
parado
O caminho
parado
O vento,
Esse atrevido,
Passando devagarzinho

E esse Céu
Que cismou em me ouvir
pensando
E conspirou
Com meus cabelos
Para me
desconcentrar

Perdeu seu tempo
Entre os meus fios embaraçados
Que esvoaçam,
Esvoaçam,

Sempre
Existirão teus dedos
Que os prendem
suavemente
Enquanto tua boca
Feita de mil desejos
E que contêm todos os
segredos
me
desvenda(rá)

E sempre
Terá esse ruído
Mudo
De horas
imortais
Que insistem
Em
Recomeçar.
(Jessiely)

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