sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Das coisas que não posso escrever


*


Nessas tardes
que o vento faz escarcéu
com as folhas barulhentas
da palmeira

O primeiro apontar de uma estrela
não pode nunca,
ser notado

o nascer da estrela
solitária
embriagada de frio e beleza quieta
não poderá entusiasmar,
não será declamado em versos,
nem transformada em dores
pelas dores inquietas do poeta

E ela aponta
no sétimo céu
enquanto esse vento quente
continua a fazer alarido

E se surge astros oníricos
que habitam teus sonhos mais doces,
assim como a luz dessa estrela
habitando tão longe
não poderei perceber...
nem descrever teu sonhar

Teus sonhos ecoam longe,
longe demais,
para que possam me inspirar.


(Jessiely Soares)

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