sexta-feira, 28 de março de 2008

Marinho II






Não cantes
ode
As marés

- Mutáveis
monstruosas
Incansáveis -

Nem chores
A morte
De suas vagas

Perdida
Em bravas
Naus incontáveis

Não desenhes
Tua vida
Nas areias

Nem deixes
pegadas
Pelos ventos

Guarde das
espumas
Tuas velas

Poupe
Do medo
Teus rebentos

Só permite
Que a brisa
Do destino

Suprema
hospedeira
Dessas mágoas

Erice o teu
corpo
Em desatino

E te faça
soberana
Nessas águas

Que as ondas
adormeçam
Em teus cabelos

Que vistam
Teu corpo nu
As finas algas.


(Jessiely Soares)

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