sábado, 1 de agosto de 2009

Ave negra



Só risco o teu céu
em dia de chuva e de vento
e canto no teu muro
para te acalmar

Sempre que há tempestade.

Quando o céu fica azul
faço o caminho inverso
volto pra o teu inconsciente
pra teu esquecimento efêmero

E nada mais te peço.

Só quando os raios desfazem
a paisagem dos teus desejos,
tu me trazes de volta,

com as asas negras
pousadas em teu peito.

A primavera é só tua
entre noites de lua e concreto.
No frio, vulnerável,
reacendes-me

Só eu sei clarear o teu inverno.



(Jessiely Soares)

0 comentários: