segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Diário da Distância II




Descobri que meu coração gosta de pontes. Sem importar o rio, os canais: Paraíba, Waal, Capibaribe.
A claridade da água de Porto. O sabor de cerveja das Boas Viagens.

Meu coração gosta da lembrança da pousada com janela pro mar. Do gosto de permanecer adornada pelo Galo da madrugada e por desconhecidos campos de tulipas.

Eu não tenho sensores.
Não gosto de celulares ligados, justamente, porque não sei contornar distâncias pelo fio do telefone.

Eu temo às vezes não ser desse mundo moderno. Por não compartilhar com efemeridade do contentamento da Webcam como porta de saída de para solidão da universalidade.

Meu coração gosta das pontes que cantam frevo. E das que visualizam moinhos.

De distâncias ele só gosta, por ocasião de necessidade: paisagem de pontes, mundos distantes; o homem que amo nos Recifes da vida , a amiga, aventureira, na Holanda e eu, nem ao menos, lhe sei mais a cidade.



Jessiely Soares

4 comentários:

ofilhodoblues disse...

Perfeito, amor, perfeito... :~ Saudades!

Breve Leonardo disse...

(hoje no cardápio tem poesia - procura uma esplanada, Leonardo e senta-te um pouco... aguarda a palavra, sem muro de lamentos nem redonda tristeza de lágrima ambulante / senta-te e espreita, escuta e sente o ar que a palavra respira: vive! - habita aqui!)

um imenso e transtlântico abraço

Leonardo B.
Bizarril
Portugal

L. Rafael Nolli disse...

Olá, Jossiel. Belo texto, muito poético, com indagações interessantes sobre a vida moderna. Gostei. Abraços.

Nathércia Sena disse...

você sempre me faz chorar, por que hein?
eu te amo, e obrigada por sentir em mim inspiração!

E não há tulipa mais bela que os girassóis que trazes nos olhos!
:D