Ela já inventou outonos.
Coisas simples, segundo ela, de se inventar.
Eu ando apostando comigo mesma
que em alguma manhã, de qualquer estação,
darei de cara com ela.
Numa janela clara,
aonde uma folha desperta.
Não tenho pressa.
Tenho canteiros de flores,
galerias abertas,
frevo no carnaval.
Tem dias em que amanheço muito amarga, amarga e doce.
E outros em que amanheço por demais desavisada;
com um mundo batendo palmas na varanda
numa era antiglacial.
Sei que em alguma ladeira ela vem vindo,
numa carruagem, com cavalos brancos,
usando um salto quebrado e
uma coroa de louros.
Silenciosa, como ela só.
Vida, Vida,
lhe encontro ainda,
enquanto me faço mil por quês
em qualquer uma dessas suas esquina.
(Jessiely Soares)
1 comentários:
lindo poema! vejo janelas nesse versos , algumas abertas em você e outras fechadas!!!
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