"e valente
tu és valente"
ele me disse assim
sem nem pestanejar.
E eu que me vejo
como uma nau sem rumo
parei e fiquei aflita.
Onde fica a minha valentia?
Tenho medos que me assaltam as
três da manhã
porque li que o fantasma de Canterville
preferia esse horário.
Nem minha filha
tem medo do fantasma de Canterville!
Talvez toda essa minha valentia,
essa nordestinidade,
se cubra e adormeça com medo do Sol.
Nunca sei o que se dá com ela.
Mas ele disse que sou valente.
E assim sendo, vou me fazendo tão forte,
tão certeza, tão muralha,
tão fortemente armada,
que acabo ficando a salvo de mim mesma.
(Jessiely Soares)
imagem daqui: www.peregrina.bloguepessoal.com
1 comentários:
Jessiely:
Sua poesia confessional e, por isso mesmo, lírica, é o sumo da valentia do coração. A valentia poética que excede o sentir, porque existe na fluidez da sensibilibidade. Parabéns!!
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