Setembro de um ano qualquer
na janela para o poente.Ele não fez segredo,
não fez sermão, não fez gestos grandes.
A porta abriu devagar
e o mato entrou pelo avesso do tapete,
não há grandes singelezas no mato
como também não há singeleza em aranhas marrons.
e do lado contrário da torre
uma floresta de eucaliptos que gastam muita água.
As flores no batente indicam caminho
as roxas querem dizer que sente saudade
e que já sente muito pela ausência.
tal qual não é necessária assinatura.
Para certas coisas, basta o rastro, basta o faro
bastam as pistas.
Para grandes amores
basta apenas um aceno
e tudo que há lá dentro
vai se abrindo em gomos, em gomos, em gomos
até dar semente.
O amor é isso
uma eterna repetição
do primeiro pé de planta inventado em vaso de barro.
Há de ser pérpetua,
mesmo que seja diferente a cor da flor,
a repetição da raiz.
(Jessiely Soares)
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