Quando ele bateu os pés
para não carregar a poeira
fazia um inverno não habitual.
Nuvens iam em rota de chuva
fazendo peso no céu.
Os passos dele seguiram enlameados,
e dessa caminhada, nascerão fósseis.
Eu fiquei parada
e só depois da esquina
foi que o peito apertou.
Ainda é inverno.
Todavia, se for pra chorar,
eu vou chorar até a estação da seca.
Até um sopro espalhar poeira,
até ser de cinzas
esse solo rachado de açude
dos meus olhos.
( Jessiely Soares )
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