quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Louca e Pura





Lua
Na amplidão
observando-me
solitária
Esquecida,

redonda
pálida
nua

Não creia que sou
inocente
Ou que não conheço
Meu lado (obscuro)
Também tenho fases
- estou na rua -

Sei que sigo.
sozinha
Essa estrada

Saiba, conheço
Tua forma de
zombar
disfarçada

Finge que esconde segredos:

(- Não sei
Onde esta meu amor
Não me conte
Mais dissabor
Tenho medo.)

Vou seguindo;
A noite é clara,
A estrada fechada,
Iluminada por vaga-lumes.

Quero os braços
De quem amo
Para que não
Cesse o encanto
Nem a solidão
Se acostume.

Refaço a rota
Volto ao quarto
No reencontro
- sou louca
E pura -

Fecho as janelas
Não deixo frestas
Para a Luz

E os nossos
Corpos nus
Tu não verás

Lua.


(Jessiely)

Inerte


Pendurada na corda bamba
dos meus sonhos,
desafio a gravidade,
inerte e imune
à realidade.

Trago teu silêncio
persistente
para meu quarto.

Madrugada nas cortinas,
despida Lua
E teu retrato
orvalhando
pela cidade.

Pobre de mim
que lancei
meus desvarios
sob o nada
e perdi
minhas razões
em certezas absurdas.

Pobre desses sonhos
tão mutantes,
metamorfoses
lancinantes,
mãos fecundas.

- há sempre uma
tristeza
nessa sala
que me inunda -

Nesses momentos
de insensatez profunda,
sou menina.

E apenas
o teu olhar
castanho
me alucina.


( Jessiely)

Surya





O Sol
Que alimenta
Seu corpo
Nas madrugadas
Sem vida

Nasce em meu ventre
E te guia
De encontro ao céu:
Raios de Surya

O corpo que banho
A luz
Que a clara manhã
tece

É o mesmo
Que na noite
Foi teu
E o calor
Que se entrega,
entorpece

Ah, noites!
Nas quais te beijo
E renasço
-Entre prazer
E espelhos-

E que no fogo
No breu
Explosões...
Sol do escuro


Te aqueço.


(Jessiely)



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quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Perfume de Mulher




Meu coração
Às vezes é janela
Às vezes, gaiola...

E me deixa sempre assim
Meio amparada,
Meio só.

Meu sentimento
Não tem regra:
magoa,
chora.

Noite fria
Me reclamo
Mas, não sei
Se me zango
Ou se me tenho
Dó.

(teu amor)
Ah, nem sei,
Tenho medo
(De ser só)

Meu passarinho
Não te prendo,
Nem te privo...

Repara bem
Se não sou
Ilusão de ótica
E sem me quer.

Não tenho
Tantos atributos
Quanto a Rosa
Mas, não
Me ressinto.

Prefiro ser
Girassol...
Com perfume de mulher.

Meu coração
É meio janela,
Meio gaiola

estarás
preso
A mim
se
Quiseres



(Jessiely)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Maracatu


*




O Corpo corresponde
Aos apelos do som
Que me impõe
A cidade antiga

Os braços flutuam
Entre o Céu e a rua,
Entre a torre e o mar,
Entre o vinho e a Lua.

A ciranda que tece
O bailar ritmado.
Os pés que batem
Com força no chão

Um barco que aporta,
Um farol que ilumina,
A escada sem fim,
Que descortina a imensidão.

E o vinho
Que despertou as lágrimas
E te sorveu para o meu coração.

A Rua da Moeda,
As nuvens carregadas,
E a chuva
Que cismou em não cair.

Agora
Ouço
Maracatu
Longe
De ti.

(Amélia Jessiely Soares)

Cidade entardecida.




Qual lua desperta,
Estive em teus braços
No parapeito da janela, dispersa,
Cuja vista despencava
Numa queda sem fim
Dentro da cidade entardecida.

Os ritmos que
Transpiravam a alma
Faziam-me repensar
As certezas sobre a vida.

Na escada em caracol,
Pela torre mais alta,
Onde antes homens lutavam
Por sua terra,
Honra,
Vida.

- estive
Há poucos passos
De Deus,
Até pude sentir
Sua brisa -

E o sonho encerrou
Apenas por hora.

Com o vinho,
O beijo, a ciranda.
O Marco Zero.

E seguimos
Entre sorrisos e tropeços
A Conde de Boa Vista,
Observando olhares alheios

Deixando pelo caminho
O cheiro do mar,
O poeta na estátua antiga,
Os rastros da nossa história
Nas pontes
Sobre o rio
Sem vida

- mãos dadas
Pela cidade
Antiga -



(Jessiely)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Proletaríssimo


Não quero ser
Pedaços de sonhos:
pesadelos
É que me dilaceram.

Sou apenas
Um sentido oculto,
De um segredo
Que me disseram.

Um ser antigo,
Não na pele,
Essa mera e
Mórbida camada
Que me reveste;

Sou antiga
Em sentido amplo
-Meu espírito não
Foi domesticado
Ainda é silvestre-

(sou sentimento mútuo
Em tempo de amor agreste)

Sou desejo incontido
Em toques
Desses, daqueles,
Aos quais não posso tocar.

E às vezes,
Faço-me orvalho
Pra finalmente
Me dispersar.

E nas madrugadas
Revitalizo-me
Ser da noite
de olhar tranqüilo...

Amanhece
e
recomeço;


Proletaríssimo!

(Jessiely)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Desejo Inútil




Fiz-me céu
porque sempre
- sutilmente -
Vejo-me em tua praia

quando ao fim de tarde
senta-te na areia
e miras o mar

Fiz-me pássaro
porque sobrevôo teus pensamentos
-intermináveis
contratempos-
nos quais anseio ajudar
mas posso, tão somente
olhar.

Fiz-me caminho
Fiz-me teus passos
Teu desatino
e teu cansaço.

Mas nunca
Desejo inútil
entre teus braços.



(Jessiely Soares )

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Desacelerado


Teu rosto é um vale
Onde escondes teu sorriso
Que me inundou a alma.
Ah, Alma!

Essa que se perde da matéria
Enquanto durmo
E volta ao teu quarto
Chega a um sussurro...
Deita ao teu lado

Teus olhos
Remetem-me a águas antigas,
Velhas trovas de amor,
Valiosas profecias:
-Tua retina contém segredos
Que a ninguém revelarias-

Tuas mãos, não,
Essas não defino:
Tem uma certeza das minhas curvas
Conhece meus desatinos.
Louca viagem entre astros
Matéria, sonho, delírio.

Paixão é outra coisa
Amor é isso:
-Perder a noite
Pensando alto
Quando estar em teus braços
Não é possível-.

E o tempo
Inconstante,
falso
Mantém esse
Ritmo
.
.
.
Desacelerado.


(Jessiely)

domingo, 14 de outubro de 2007

Delirante




As ruas se cruzam
Com meus passos distintos
Certificando-me que sigo
Em rumo diferente
Ao da tua direção.
Perco-me nessa sensação.

Os faróis me descrevem
Assustam-me
Os pensamentos
Giram, mudam
E me pego descrevendo a angústia
Sentando ao meio-fio
Solidão...

-Os meus sentidos
Não perdem o desejo, o amor.
inconscientemente
Aplacam o meu grito
Minha dor-

Contudo.
Ergo-me.
Por que entre os néons que me cegam
Estão meus pés, incertos,
A cruzar esta cidade
-Apenas eles me restam-

A minha alma,
Há muito fugiu deste corpo
inanimado
Está longe, louca, só,
Em seu sonho desvairado,

Talvez esteja perdida pelas ruas;
Por entre poetas calados,
Crianças sem rumo,
Homens sem coração.

Mas, sonha e sorri,
( delirante )
-Que está de volta aos teus braços-.

(E quem sou eu agora para afirmar que não?)



- Jessiely Soares -

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Seu maior veneno







Ecôo por essa sala
enfeitada
Por quadros azuis
-Cujo artista
Durante a vida
Não conheceu a fama-.

Estou embriagada
De solidão
-à meia luz-.

Sobre a alcatifa
converso
Com as fotos antigas
De algum parente morto.

E algum mistério absorto
Pensa me atingir
(me escondo)

O medo não irá persuadir.
A solidão da alma
Que me rouba a paz
Deixa-me vulnerável.

- Mal que me corrói a vida
Maldito câncer
Irremediável-

Ressinto
Este sabor amargo
Deste vinho tinto
Com o qual sonhei um dia

E esse sentimento vil
- Seu maior veneno -
Inefável grito de melancolia.

Esqueço a face
Madrugada afora
Tua presença
Não irá chegar.

Brindemos,
Eis que estou só
Minha imagem mórbida
A me dilacerar

À Meia Luz...

Solidão.

[ embriagar]

(Jessiely)

Canteiro de Violetas





Já não alimento
Os tolos vícios de menina.

Nem tenho a centralidade
Do raciocínio concreto
Do que serei:
-Futuro.

O caminho que percorri
Por entre neblina
Era a minha vida;
Em dias de Sol.

E em dias calmos
Senti-me triste.
Eu tentei sorrir,
Juro!

Mas, estava tão escuro.
-Esqueci-.

Absurdo
Passar no canteiro
Entre as violetas
E não chorar.

Inconsistente
acreditar
-amanhã será melhor-.
Se eu nem sei mais se
A manhã acordará.

Impossível
Acreditar possível
Acho que perdi
A dádiva de sonhar.

Melhor deitar
Não Racionalizar,
Rezar um terço,
Fechar o corpo.


[Adormeço]


(Jessiely)

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Espelhos





O meu amor
Não grita alto pela rua

Nem aparece na madrugada
A atirar pedrinhas na janela.

Meu amor sobrevive
À distância.

Mas se revela
- Espelha-se -
Através da Lua.

Meu amor está longe.
Minha alma
Nua.


(Jessiely)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Marcas


Não.

Não tenho mais os desejos
inconseqüentes
Dos meus quinze anos.

Nem a certeza,
Quase dormente,
De que tenho certeza
Sobre alguma coisa.

Não,
Não tenho.

Não.

Não posso
Dar-te agora
Nada mais
Do que não tenho.

- o meu mundo
É overdose,
confusão
De sentimentos -

Agora,
dou-te
O que antigamente queria
E não pude.

Porém sem a rebeldia,
Sem a beleza
(há muito perdida),
E sem os planos
inexplicavelmente
Maravilhosos,
Tão miraculosamente
Planejados um dia.

Dou-te colo,
Desses feitos
Pra dormir
E sonhar.

Dou-te
A confiança
De que estarei aqui
Quando o dia acabar

Dou-te a tranquilidade
De quem
Não quer a dança
Por temer o abismo.

Dou-te a paz
Da maré baixa em
Mar antigo.

Dou-te
aliás
Dou-me.

Tenho
As mãos marcadas
Pela idade
E pedaços
De sorrisos
Que perdi nas ruas.

Mas, ainda
Tenho no peito
A calma, a serenidade.
E a alma
intacta
De uma deusa nua.

Toma-me,
Sou tua.



(Jessiely)

Marcas

Não.

Não tenho mais os desejos
inconseqüentes
Dos meus quinze anos.

Nem a certeza,
Quase dormente,
De que tenho certeza
Sobre alguma coisa.

Não,
Não tenho.

Não.

Não posso
Dar-te agora
Nada mais
Do que não tenho.

- o meu mundo
É overdose,
confusão
De sentimentos -

Agora,
dou-te
O que antigamente queria
E não pude.

Porém sem a rebeldia,
Sem a beleza
(há muito perdida),
E sem os planos
inexplicavelmente
Maravilhosos,
Tão miraculosamente
Planejados um dia.

Dou-te colo,
Desses feitos
Pra dormir
E sonhar.

Dou-te
A confiança
De que estarei aqui
Quando o dia acabar

Dou-te a paz
De quem
Não quer a dança
Por temer o abismo.

Dou-te a paz
Da maré baixa em
Mar antigo.

Dou-te
aliás
Dou-me.

Tenho
As mãos marcadas
Pela idade
E pedaços
De sorrisos
Que perdi nas ruas.

Mas, ainda
Tenho no peito
A calma, a serenidade.
E a alma
intacta
De uma deusa nua.

Toma-me,
Sou tua.



(Jessiely)

domingo, 7 de outubro de 2007

Sentimento




Liberta do que me sufocava,
Desafio os meus segredos,
Entregue aos desvios,
Desatino-me escrevendo.

As minhas impressões
Não são pobres.
São apenas
As que me conheço.

Desarmada de vis pressões,
Transmito o que sinto
E transcrevo-me com calma.

- pobre daquele
que não derrama seu coração
sobre o papel branco
e não escreve com a alma -

Não há justificativa
Para um pensamento.

Nem é preciso suar
Para escrever o que penso.

Só preciso de um Luar
- e de um sentimento -
(Jessiely)

Incontida




Pela primeira vez
Sinto-te,
Universalmente,
longe de mim.

E me desespero.

Agora,
estou
incontida,
entre lua
e vida

- me acho
e me perco -

Entre o chão
e as vigas,
que sustentam
essa mórbida vida .

Entre o concreto
em nossa história
e esse vento
que me enleia,
me desabriga.

Desatinos surgem
e me deixam
incapaz de caminhar.

Meu vinho falha:
- Na hora em que preciso
ele não consegue
me embriagar -.

E sinto-me só.
Só demais,
demais;
só.
( Jessiely )

sábado, 6 de outubro de 2007

Faço-me Tua





Foi-se embora a madrugada
e eu não soube de ti,
Meio dia, presa à sala
admito : me perdi.

- A noite me fez menina -

Entre faróis que passam longe,
Entre o néon que me ilumina,
Entre os sertões que me afligem
A secar minha retina.

- Procuro-te na minha cama,
mas, nunca estiveste aqui -

Madrugada foi no vento,
sol a pino em teu lugar;
Agora sou só o lamento:
-O meu amor, onde estará?-

E assim sendo, os dias vão-se voando,
em desespero tento contê-los
Mas, são areias finas deslizando
no vão entre os meus dedos.

Encontro-me só a afugentar meus fantasmas
resignada a converter-me em saudade,
sigo os rastros da madrugada que retorna
e me embriago de insanidade.

-Então silenciosamente
Deito-me nua no meio da sala
e faço-me tua
por nossa vontade-.
( Jessiely )

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Teu Olhar Marginal


Luar
Arrebatado no Céu,
Ofuscando o brilho
Do teu sorriso nas estrelas.

Eu,
Perdida em incontáveis astros
Que brilharam em teus olhos
No meio da madrugada,

Faço-me completa
Ou despedaçada
Em milhões de sentimentos.

Ao som de um saxofone
Que toca Ravel
Dependurado na sacada
Do meu pensamento.

E me deixo louca,
Qual rosa despetalada
Num desabrochar
- intocada e nua -
Ao sabor do vento

E por teus olhos
Tão detalhistas,
Numa graça louca
Sinto-me observada.
Mas, no dito momento...

Desponta o Sol
Foge a graça da noite,
Meu sonho
Foi tão real!

- acordaram comigo
a luz que banhou a noite,
o som que ouvi tocar,
e teu olhar Marginal! –

(Jessiely)

Luar Bandido




Sonho acordada
Que seguro forte as suas mãos.

Mas, você está longe,
Eu bem sei.

Porém,
Esse vento tão suave,
Esse Luar tão antigo,
Teimam em trazer-me você.

- será que se sente assim também? -

Pelas ruas em que caminhei
Fui me deixando pouco a pouco.
E em seus braços, onde adormeci,
Imprimi as formas do meu corpo.

- será que ainda lembra do quanto fui feliz? -

Agora, todas as noites.
Sento-me com a saudade
E repito que te amo:
Com a face iluminada
Pelo néon dessa cidade.

- faz-me falta o seu verso,
para embriagar-me de insanidade -

Pensativa, solitária,
Olhando um Luar vagabundo
Que cisma em me enlouquecer,
(deixo vinho esquecido, imerso em melancolia)
Fico sonhando: "Com que sonhará você?".

E dessa imersão em sentimento
Suspiro sorrindo,
Imaginando conseguir lhe falar:

- Amanhecerei ao seu lado querido,
Porque aqui tão longe,
Já nem sei mais sobreviver...
Não sou sequer feliz,
E esse Luar bandido
Não me deixa adormecer-.
( Jessiely )

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Síntese


Havia teu cheiro.
- os lençóis,
a janela -
O Sol nascendo.



Os nossos corpos:
- enorme síntese
de tamanha paixão que nos uniu -


O Céu,
no alvorecer sobre o Recife.


A madrugada.
E nos amamos.
( Jessiely )

Teu Fogo




Pegue-me.

Mas pega leve,
Que quero voar.

Não me solta,
Mas deixa-me solta
Que assim planando
Irei te amar.
Sinto-me como grão de amor
-Que o vento carrega
em tua direção-

Teu fogo é que me dilacera
E perdida em teus braços
Sou transformação!

Não me larga,
Não me deixa à toa,
Mas me deixa ser
Como eu sempre fui:

Andorinha que se refaz no vento
Nesse teu sentimento
Deixa-me leve
- mas me possui -
( Jessiely )

Destino





O Sol que nasceu sobre nós dois
E encontrou-nos perdidos em tanto
Ainda nasce e para me matar de inveja,
- Toca teu corpo,
Tão longe de mim-.

-Por essas minhas ruas de primavera
Já não encontro minhas pegadas;
Por que as deixei junto as tuas
Nas noites chuvosas, pelas ruas molhadas-.

E agora, seduzida por teus olhos,
Embriagada a relembrar os teus carinhos
Meus passos firmes, porém solitários,
Convergem a procurar o teu caminho.

E não há contramão nessa estrada
Não temo nenhum erro ou desatino;
O que vejo entre nós é mais que amor
É paz, futuro certo:

- Destino.
( Jessiely )