Partida à revelia.
O deserto se esgueirava ali, bem em suas costas, tatuado como uma dança de serpentes.
Ela, partida à revelia, carregava num pequeno cantil a casa guardada, segredos de poeira.
Existiria música, e também quem pensasse em lhe agradar os olhos com as ondas barulhentas de um mar sem doçura alguma.
Nômade, catava grãos de pensamentos pelas calçadas arruinadas.
Há pessoas que nascem para o ar, outras tem o corpo de águas marinhas,
ela, arrancada das rochas de seu lugar, era do vento do deserto, das areias do passado, das cidades andarilhas.
(Jessiely Soares)
Imagem: Henri Matisse Naked--1941
2 comentários:
Gostei do seu blogue e da sua escrita, prosa ou poesia.
Parabéns.
Beijos.
Um belo texto, escrito entre o sonho e a fúria!
Palavras densas que despertam fortes emoções!
Beijos...
AL
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