Dá-me Senhor, um caminho a esmo para o qual eu possa escrever dialetos, desenhar mapas e instruir minha bússola. Viciar minha bússola para perpetuamente seguir as estrelas que precipitam-se para o lugar. Dá-me Senhor, ainda que seja pequeno estreito frágil e desmobiliado, um caminho-difícil, para que ao final eu consiga aquietar meus sapatos, os espíritos que andam ao meu lado e minha blusa de algodão colorido. Dá-me também, um pé de madeira nobre com o qual construirei um berço para povoar meu esconderijo com sons e cheiros de bebê. E uma clareira na mata, onde se possa deitar para ver a chuva vindo do oriente. Ou, dá-me o caminho somente, que os demais (os risos, as dores, as pedras, as ferramentas, os ancestrais e os livros ) eu carrego nessa pele, sem visto de permanência, sem constituição de independência, e nesse sorriso clandestino. (Jessiely Soares)
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