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Dá-me Senhor, um caminho
a esmo
para o qual eu possa escrever dialetos, desenhar mapas
e instruir minha bússola.
Viciar minha bússola
para perpetuamente seguir
as estrelas que precipitam-se para o lugar.
Dá-me Senhor, ainda que seja pequeno
estreito
frágil e desmobiliado, um caminho-difícil,
para que ao final eu consiga
aquietar meus sapatos,
os espíritos que andam ao meu lado
e minha blusa de algodão colorido.
Dá-me também, um pé de madeira nobre
com o qual construirei um berço
para povoar meu esconderijo
com sons e cheiros de bebê.
E uma clareira na mata, onde se possa deitar para ver a chuva vindo do oriente.
Ou, dá-me o caminho somente,
que os demais
(os risos, as dores, as pedras,
as ferramentas, os ancestrais e os livros )
eu carrego nessa pele,
sem visto de permanência,
sem constituição de independência,
e nesse sorriso clandestino.
(Jessiely Soares)
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