Varanda
de porta
entreaberta
o vento que escorre de longe,
quente,
me chega às avessas
traduzindo murmúrio de conchas
das horas
surdas e longas
com as memórias,
feridas vivas...
e é quando nossa vida conversa.
Eu lhe mando um bilhete
eólico
com mil beijos
etéreos
para que se acaso pensar
que não mais lhe penso em versos
saiba que mesmo de longe
a nossa varanda ainda esconde
os poemas que eu não entrego.
e esse vento que viaja de volta
e que lhe chega às avessas
carrega cantigas de noites
das janelas de ruas desertas
é a cidade do interior
que lhe manda um beijo no rosto
e diz que sente desgosto
na noite em que você não regressa
assina com cheiro de lua
para que eu me finja de espelho
bem aqui, onde eu nao o vejo,
e onde nem mais me lembro
como se escreve poesia
seu sorriso relicário
me volta em ondas de vento
e se escreve como poema
sem tormento, em minha folha vazia
(Jessiely Soares)
2 comentários:
Belo,Dona Jessie,Belo!!!!!
moça, que lindo...perfeito!!
bjs doces
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