Meu poema
é um retirante.
Segue a manhã que cala
ao sabor do vento tropical
desliza por entre nevascas
casas desabitadas,
por penhascos,
por estantes.
Orvalho,
poeira,
argila e granito.
Pelas flores mais suaves,
pelos ipês,
pelos grilos
por plátanos e por calçadas.
Se um dia
num trânsito engarrafado
ou no meio do granizo
lhe cair no colo
um poema meu
não se assuste,
não grite!
Meu poema
é um retirante.
Ele lhe procura pelo mundo inteiro
e só porque lhe acha
é que de fato existe
(Jessiely Soares)
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