Os fatos não são diferentes.
Em algumas manhãs
vendavais nascem
e me tornam os olhos
de verdes a turvos.
Pedras semi-preciosas
se aglomeram na minha calçada...
Vultos.
E tendo a estabelecer
um caminhar sem destino
algo como navio sobre temporal.
Enquanto você,
Fascínio que acorda do outro lado do tempo, sente
a mesma coisa. Balbucia uma idéia qualquer
ou um verso com qualquer pronúncia
E é como se esse pano negro que eu enrolo
aos ombros
fosse um pouco dos seus olhos
postos sobre minha vida
algo enevoado,
como uma nuvem que não sabe mais do rumo
para chegada,
nem lembra mais da partida.
Se acaso o insano, febrilmente, me parecer claro
eu canto alto,
Killing the Blues,
e espero que o novo aconteça em algo...
Sempre acontece,
nem que sejam uma sucessão de reprises
pintadas com outras tintas.
Os fatos não são diferentes.
Tudo sob esse céu, padece
de filosofias
e carícias.
Eu escrevo porque me faltam asas.
Eu penso na sua voz.
Eu conto esse segredo, e o deixo escondido,
como precisam ser os bons segredos
Sei que, se meu telefone não toca,
é porque alguma coisa
quebrou
no meio da nossa telepatia.
Calo e escrevo
Tudo isto em homenagem
ao seu corpo que se esconde
onde eu não consigo tê-lo...
e nas entrelinhas dessa poesia.
(Jessiely Soares)
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