Teu olhar
esse doido
amotinado
rebentou vidraças
estilhaçou anteparos
perverteu rumos
de um caos perfumado
que não será futuro.
onde me cabe a tua compaixão
- esse toque de leveza -
de tudo sobrou
só a correnteza
esses cacos
esse cheiro de sândalo
esse teu olhar acorrentado
aos pés de algum vale sagrado.
teu olhar
esse doido
amotinado
destruiu minhas tâmaras
- as certezas do meu caminhar deserto-
e meu cântaro.
(Rosa Cardoso e Jessiely Soares)
2 comentários:
Profundo, muito bom...
bonito poema :)
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