Estendi a mão
e tudo era horizonte.
Se eu pudesse,
desfeita a tinta de mar,
retiraria com calma
e poria em aquário
as baleias.
Em sacos de plásticos
os tubarões,
as arraias,
as moréias
e as conchas.
Nas caixas de bombons,
os golfinhos e as tartarugas.
Penduraria enormes linhas imaginárias
entre o seu e o meu lugar.
Com vista panorâmica
para as paredes de mar aberto.
Assim, você cruzaria de bicicleta os nossos mundos
e eu iria lhe explicando tudo
Seriam tantas ostras,
tantas cores
e coisas.
Pequenas cores de terras quentes
por sobre a linha do Equador,
por sobre do Rio Amazonas.
Numa ponte de mar sem ondas.
Estendi a mão
e tudo era horizonte.
E os meus sonhos nem sequer borraram
as tintas escuras
dessa noite tão azul.
(Jessiely Soares)
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